Após a fusão da Inspecção-Geral da
Administração Local (IGAL) com a Inspecção-Geral de Finanças
(IGF), anunciada em Setembro de 2011, deixaram de ser publicados os
relatório das acções de inspecção às câmaras municipais,
juntas de freguesia e empresas municipais. Desde
1995 que o acesso aos relatórios completos era livre para qualquer
cidadão. Por decisão do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, a
IGF vai passar a publicar no seu site resumos de pouco mais de 30
linhas dos relatórios. (Fonte: Público).
Após a publicação da notícia, o
gabinete de Vítor Gaspar explicou que “o não acesso aos
relatórios é uma falsa questão, tendo em conta os mecanismos
previstos na Lei de Acesso aos Documentos Administrativos”.
O livro Má Despesa Pública dedica um
capítulo ao “Direito de Acesso à Informação”. Como aí
explicamos, a partir de agora, quem quiser ter acesso aos relatórios
da IGF terá de redigir um requerimento do qual constem os elementos
essenciais à identificação dos elementos pretendidos, e a sua
própria identificação pessoal. A entidade pública deve responder
no prazo de 10 dias e a recusa tem de ser fundamentada. Uma realidade
bem diferente face à facilidade com que qualquer cidadão podia até
aqui aceder aos referidos relatórios.
Em ano de eleições os
cidadãos vêem barrado o acesso à informação sobre a actividade dos órgãos autárquicos. É que as Finanças
dizem ainda que mesmo os resumos de 30 linhas serão publicados
“excepto nas situações em que exista inconveniente”. O que será
que o Ministério das Finanças entende por “inconveniente”?
PS: Já agora, fique a saber que a integração do site da IGAL na IGF custou nove mil euros.
Adenda: "A corrupção ganhou"
Adenda: "A corrupção ganhou"
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