sexta-feira, 6 de maio de 2011

Braga: Os bons salários das empresas municipais que dão prejuízos


“As empresas municipais de Braga que se encontram na situação económica e financeira mais complicada são as que pagam os salários mais elevados”, escreve o Diário do Minho, apresentando vários exemplos de salários relativos a 2009 e previsões para 2010. Das cinco empresas, apenas uma dá lucro. Há quem ganhe praticamente o mesmo salário que um Presidente da República. 

1. A Empresa Municipal de Habitação de Braga paga um ordenado médio mensal superior a dois mil euros a cada um dos seus 11 funcionários. Este valor não inclui eventuais suplementos por turnos, nem horas extraordinárias nem ajudas de custo nem os encargos obrigatórios com a Segurança Social. Esta empresa tem um passivo acumulado de 1,5 milhões de euros

2. Theatro Circo. Era uma empresa municipal agora é uma sociedade anónima, detida a 100% pela Câmara. Os 21 colaboradores auferem remunerações médias mensais superiores a 1.800 euros. O financiamento camarário anual ronda os 950 mil euros. O Theatro Circo, que acumula um passivo de quase 1,2 milhões de euros, gasta cerca de 50 por cento do seu orçamento com encargos com o pessoal.

3. O Parque de Exposições de Braga (PEB) paga aos seus trabalhadores quase 600 euros a mais que o valor do ordenado mensal que recebe cada funcionário que trabalha na Câmara Municipal. O salário base mensal médio é de 1.496 euros. Ainda assim, os custos com o pessoal traduzem uma redução de 10 por cento face ao último exercício da gestão de Jorge Cruz, como presidente desta empresa municipal. No entanto, a passagem de Miguel Corais para o lugar anteriormente ocupado por Cruz coincidiu com um aumento de 50 por cento dos vencimentos dos administradores.

4. Os Transportes Urbanos de Braga (TUB) tiveram de afectar 5,8 milhões de euros para cobrir os vencimentos base dos seus 332 funcionários. Os três (!) administradores custam 131.824 euros em salários.

5. AGERE. A empresa municipal que a Câmara de Braga privatizou 49 por cento do capital social e é a única que dá lucros. Em média, cada funcionário (são 597) teve um rendimento anual inferior a 13 mil euros, tendo auferido uma remuneração média mensal base de 924 euros. Nuno Ribeiro foi até Novembro o único administrador da Agere, uma vez que o actual presidente do conselho de administração apenas assumiu o cargo em Novembro. Mas as contas revelam que os gestores custaram, em 2009, quase 81 mil euros, o que colocou os custo mensal dos administradores nos 6.750 euros.

3 comentários:

  1. A Empresa Municipal de Habitação de Braga ter esse passivo não me espanta . Quando tem inquilinos , famílias a quem lhe atribui casa subsidiada , as despeja por ordem judicial por incumprimento de pagamentos ao condomínio , a essa empresa , destruição de património ( estamos a falar de mais de 10000€ )e depois a mesma instituição que lhe coloca o processo por se achar lesada lhe volta a atribuir nova casa aonde os incumprimentos se mantêm , a destruição de património também e as queixas dos condóminos não são ouvidas , nada me espanta .
    O que me espanta é que no meio de tanta austeridade ainda tenhamos que pagar para isto tudo .

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  2. É importante notar que os valores apresentados são relativos aos salários médios. O principal problema das empresas públicas reside no facto de estas terem sido criadas para escapar aos limites impostos (também nos salários) às entidades "estritamente" públicas. Um caso simples é o da Empresa Municipal de Águas do Porto: substituindo o SMAS, que era gerido pelo vereador com o pelouro do ambiente (que por essas funções não via o seu salário reforçado, a Empresa Pública passou a entregar ao director e seus dois ou três assessores/adjuntos, um total de mais de 200 mil euros por ano, a que se somavam automóvel, telemóvel e outros benefícios. Não consta que os salários dos trabalhadores da empresa tenham sofrido qualquer aumento substancial com essa passagem de funcionários públicos a empregados de empresa municipal...
    Seria por isso importante perceber se, como no caso do Parque de Exposições de Braga, os "quase 600 euros a mais que o valor do ordenado mensal que recebe cada funcionário que trabalha na Câmara Municipal" correspondem à comparação entre funcionários com funções similares ou se se trata de médias não ponderadas.

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  3. Os valores não sao exatamente esses.
    Agora se quer saber o estado destas empresas.
    pergunte porque não pagam aos funcionários á mais de 2 meses.
    É uma vergonha.

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