quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Baião estava mesmo à espera de um parque subterrâneo


A vila de Baião prepara-se para gastar 606.469 euros na construção de um parque subterrâneo de estacionamento para 70 viaturas. É assim a vida numa vila que tem 2.800 habitantes (o concelho terá à volta de 20 mil). Para ter um retrato social de Baião passe os olhos por este link e fique a saber que um em cada 10 habitantes recebe o RSI.

10 comentários:

  1. Quem vive em Baião queixa-se dos problemas diários para estacionar. A vila tem 2800 habitantes mas recebe diariamente muito mais visitantes de todo o concelho e de concelhos vizinhos. Antes de publicarem notícias com títulos irónicos, informem-se sobre as reais condições em que a despesa pública ocorre. Além disso, a referência aos beneficiários do RSI no concelho parece-me tendenciosa. Sou um subscritor atento dos vossos artigos, mas, por favor, sejam mais criteriosos naquilo que publicam.

    ResponderEliminar
  2. Dá um custo aproximado de 10.000 euros por lugar de estacionamento.

    Mesmo que não fosse em Baião mas sim em Lisboa, eu duvidaria que isso fosse um investimento razoável.

    É que, para o pagar, será preciso supôr que cada lugar de estacionamento está ocupado 20.000 horas ao preço de meio euro por hora - mais os custos de amortização e de funcionamento do parque.

    Ora, 20.000 horas são cerca de 6 horas por dia útil, durante 10 anos.

    Pergunto, que parque subterrâneo em Lisboa tem todos os lugares ocupados durante seis horas por dia útil (excetuando os períodos noturnos, nos quais em Baião certamente é fácil estacionar)? E será que daqui a 10 anos os habitantes das redondezas de Baião ainda terão dinheiro para ir de carro à vila?

    Eu digo: se o investimento fôr razoável, que seja feito por uma empresa privada. Se não houver nenhuma empresa privada que o faça, então é porque, provavelmente, o investimento é irrazoavelmente arriscado.

    ResponderEliminar
  3. Um ou dois parques de estacionamento à superfície, nas extremas da cidade, seria muito melhor para o Ambiente em geral.

    ResponderEliminar
  4. O problema de ausência de capacidade de estacionamento foi identificado há cerca de seis como um dos problemas mais graves de uma Vila que recebe todos os dias cerca de mil automóveis vindos do exterior à sede do Concelho. Esse problema era agravado pelo facto de o interior da Vila ter sido ocupado em termos urbanos sem acautelar a existência de espaço público onde se pudessem localizar parques de estacionamento de ar livre. Os que existiam foram aproveitados pela autarquia nesse sentido: o novo parque junto aos armazéns municipais, aberto ao fim-de-semana e que dá apoio ao recinto desportivo da AD de Baião(60 lugares); o parque junto à Praça Francisco Sá Carneiro, para o qual teve que se adquirir um terreno (60 lugares); o parque coberto que apoiará o novo centro de saúde de Baião (70 lugares) e o espaço exterior, onde se prevê estacionamento para 25 viaturas.
    No caso em apreço, trata-se de um parque que apoiará o centro escolar e a Escola E.B 2.3 S de Baião. Neste caso, colocavam-se questões de mobilidade e segurança na envolvente de uma escola que no seu interior não tem espaço para estacionamento. Até ao momento, o estacionamento fazia-se na rua de modo desordenado e em condições de perigosidade e de má mobilidade. Alunos, pais e direcção da escola há anos que solicitavam uma solução para este problema no quadro do Conselho Municipal de Educação. A solução chegou com a inclusão deste objectivo - construção de um parque subterrâneo - no projecto de regeneração urbana da Vila de Baião, cujas intervenções serão financiadas com recurso a verbas do QREN a 85%. O projecto de regeneração urbana da Vila de Baião, elaborado por alguns dos técnicos mais credenciados do País em espaço público, urbanismo e mobilidade, procura garantir que o núcleo urbano da Vila de Baião possa ser objecto de usufruto por parte dos cidadãos numa perspectiva social e ambientalmente sustentável. A mobilidade constitui uma das principais variáveis deste projecto. Atenciosamente, Município de Baião.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois é senhor Presidente. Os 85% do QREN não deixam de fazer parte, também, dos impostos dos Europeus em que os Baionenses se incluem. E os restantes 15 % são verbas do Município. O Senhor esquece-se que vai contruir um parque de estacionamento, que só vai resolver o problema de alguns - designadamente de alguns professores (porque não dos funcionários da Escola ?), e que, após a construção haverá custos de manutenção, iluminação, etc. Mas, para se colocar uma simples lampada de iluminação pública em local que dela bem precisa, o senhor diz que não é possível por constrangimentos orçamentais. É muito mau. Os resultados eleitorais expressivos não justificam tudo nem acrescentam moral para se criticarem opções nacionais como vem fazendo.

      Eliminar
    2. Numa altura em que se torna um problema grave a circulação de automóveis nas vilas e cidades, vai investir-se dinheiro na construção de um paruqe na vila de Baião!... Onde vamos ñós parar com estas inteligências??? Pior que isso, na minha opinião é como construir um enorme casarão num lugar acessivel por um caminha de cabras. Pense-se em melorar os acessos á vila, e fazer-se parques baratos na periferia da vila, com transportes colectivos parra o interior da mesma. Se Baião quer ser reconhecido que o seja pela via de ideias futuristas e inteligentes. Não se pode gastar tanto dinheiro que tão caro custa aos contribuintes sem que realmente se justifique. Por favor não fçam um parque apenas para servir determindados interesses. Pensem no POVO na sua TOTALIDADE afinal de contas são do PARTIDO SOCIALISTA. Tenho visto obras que realmente são uma vergonha, por seres pensadas por engenheiros e arquitectos, que como não sabem fazer trabalho de valor se refugiam na politica para ganharem grandes somas de dinheiro como salário.... Fraquinhos... Porutgal precisa de Gente muito Inteligente para sair da situação em que está... Pense nisso SR. Presidente

      Cumprimentos,

      Bruno Rodrigues

      Eliminar
  5. Enquanto elemento da equipa que colaborou na proposta e no estudo que lhe esteve associado, gostava de deixar algumas considerações do autor:


    Intervenho neste debate como autor da proposta de construção do parque em causa.
    Em 1º lugar alguns dados do projeto:
    - parque parcialmente enterrado com abertura a sul (1 408m2 cobertos e 318m2 descobertos)
    - capacidade para 70 lugares
    - área média de 24,7m2/ lugar
    - custo estimado de 622 640€
    - custo estimado de 8 895€/ lugar
    - proposta técnica de afetação dos lugares em exclusivo a professores das Escolas EB2/3S de Baião e Pré-primária localizada na mesma rua e a residentes da zona de influência direta.
    Em 2º lugar alguns dados comparativos: em média os parques de estacionamento têm 25-30 m2/ lugar; é corrente a construção de parques subterrâneos por mais de 15 000€/ lugar. Localizando-se no subsolo da Rua Amaro da Costa em frente à entrada da Escola EB2/3S em remodelação, a obra de superfície é da Parque Escolar que em qualquer caso já tinha previsto intervir.
    Em 3º lugar alguns dados sobre o estacionamento de rua em Baião: ao longo da R. Camões há uma oferta total de apenas 315 lugares de estacionamento, somando rua mais parques de estacionamento públicos, e a taxa de estacionamento ilegal na rua é de 25% (1/4 dos veículos estacionados afetam negativamente a mobilidade urbana de pessoas e outros veículos, criando um panorama geral de desqualificação do espaço público). Na área envolvente da Escola e durante o período de aulas, a situação ainda é mais grave. Quem não conhece exemplos do caos automóvel à porta das nossas escolas, principalmente nos horários de entrada e saída?
    Em 4º lugar é necessário explicar que o estacionamento afeto à escola e a residentes se faz indevidamente ao longo do arruamento em questão (que não tem largura suficiente), o que dificulta a passagem e paragem dos autocarros do transporte escolar, penalizando o conforto e a segurança rodoviária dos estudantes que são obrigados a entrar e sair dos autocarros diretamente para a faixa de rodagem. A falta de regulação do sistema de mobilidade à porta das escolas contém uma mensagem implícita de indiferença perante a necessidade de melhorar a educação cívica e remete os jovens desde cedo para uma cultura do transporte individual desregulada e possível de se sobrepor a tudo e a todos. Ou seja, para uma prática de desregulação, desperdício e insustentabilidade mesmo que o discurso dentro da escola, por parte dos professores, seja o oposto.
    Em 5º lugar é necessário algum pensamento estratégico a longo prazo que permita perceber os benefícios indiretos futuros. Baião encontra-se na fronteira do Douro Vinhateiro, Património Mundial da Humanidade. O Douro perspetiva e já demonstra um crescimento sustentado em termos de turismo de excelência. O concelho de Baião, localizando-se numa posição geográfica marginal relativamente às rotas do Douro, tem assim duas possibilidades futuras: ou se deixa ficar como um centro urbano igual aos outros, incógnito por falta de diferenciação e de necessidade de passagem; ou se transforma num centro de qualidade, no que se refere primeiro ao seu espaço público, capaz de atrair visitantes de excelência. Apenas esta opção garantirá no futuro uma economia local acima da média para os seus habitantes. Não será possível atrair aos centros urbanos do espaço rural visitantes de maior grau de exigência se não for resolvida a desregulação automóvel no espaço público, importante fator de desqualificação e indiferenciação urbana.
    Em 6º lugar, sendo certo que Portugal está a atravessar uma crise financeira grave, também é certo que essa crise coincide com a disponibilização de fundos comunitários que financiam projetos desta natureza a 85%. Não é verdade que esteja instalada uma generalizada incapacidade por parte dos intervenientes nos processos de decisão e discussão pública para avaliarem e ponderarem o presente e o futuro dos nossos centros urbanos. Estes perdurarão para além da crise e das pessoas da atualidade.
    Grato pela sua atenção,
    António Pérez Babo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nunca confunda Financiamento com Pagamento... alguem vai ter que pagar a totalidade do projecto e mais os juros, quem será... o Zé Povinho... se Portugal não se pode dar ao luxo de pagar despesas de saude e de dar comida a quem está a passar fome no país então porque há-de dar-se ao luxo de gastar tanto dinheiro para que os professores estacionem os carros confortavelmete em frente á escola???

      Cumprimentos,

      Bruno Rodrigues

      Eliminar
  6. Dos comentários acima concluo que os 700.000 euros vão ser gastos pela autarquia para oferecer estacionamento gratuito (ou, talvez, a preço muito subsidiado) aos professores das escolas (secundária e pré-primária) de Baião. Muito interessante.
    Quanto ao ordenamento do estacionamento à superfície, ficará (talvez, com sorte) para depois de concluída a construção do parque subterrâneo.
    Eu diria que as coisas se devem fazer ao contrário. Primeiro disciplina-se o estacionamento à superfície, impedindo oe stacionamento abusivo e obrigando os utilizadores de estacionamento a pagar por ele. Depois sugere-se a alguma empresa privada que construa estacionamento subterrâneo, também ele pago.

    ResponderEliminar