quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Activismo de e-mail: Uma sondagem para a Câmara de Cascais


Por várias vezes o Má Despesa Publica usou e apelou aos seus leitores que usassem o e-mail como forma de protesto perante despesas públicas injustificadas e sem qualquer utilidade para o cidadão comum. A carta dirigida à troika a propósito da Madeira ou a endereçada à presidente da Câmara de Almada sobre o caso dos relógios de ouro são disso exemplos.
A leitora Maria Helena Rodrigues deu conhecimento ao Má Despesa do protesto que apresentou à Câmara Municipal de Cascais a propósito do concurso para fazer um estudo de opinião, orçado em mais de 100 mil euros e publicado em Diário da República.
“(...) Como munícipe de Cascais, venho manifestar a minha profunda indignação pelo vergonhoso esbanjamento de dinheiros públicos que V. Exa se permite num tempo de tão duros sacrifícios para milhares de portugueses do concelho de Cascais a quem V. Exa ofende despudorada e insensivelmente nesta absurda e abusiva despesa de perto de 120.000 euros em irrelevantes consultas à população sobre agrados e desagrados que mais se assemelham a sondagens de interesse pessoal ou partidário do que a qualquer propósito autêntico de conhecer anseios e necessidades de uma população para cujo bem estar é sua obrigação contribuir desde logo com um ajuizado plano de aplicação dos dinheiros públicos de que a Câmara, e não V. Exa, convém lembrar, dispõe.
A bem do município e de um mínimo de decência na res publica, espero de V. Exa o imediato cancelamento do referido concurso e um maior cuidado na aplicação dos dinheiros que estão à sua guarda para uma gestão competente e transparente em benefício dos munícipes e não, como parece entender V. Exa, para satisfação de interesses pessoais ou partidários”, podia ler-se na missiva.
Na resposta assinada pelo presidente da Câmara de Cascais, o autarca informa que, apesar de o anúncio do estudo de opinião ter sido publicado em Diário da República, decidiu anulá-lo. “Temos, neste momento, outras prioridades de investimento na Câmara de Cascais. Prioridades que, no entanto, não nos desviarão de contratar serviços desta natureza sempre que se justificar”, escreveu Carlos Carreiras.

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