Por várias vezes o Má Despesa Publica
usou e apelou aos seus leitores que usassem o e-mail como forma de
protesto perante despesas públicas injustificadas e sem qualquer
utilidade para o cidadão comum. A carta dirigida à troika a propósito da Madeira ou a endereçada à presidente da Câmara de Almada sobre o caso dos relógios de ouro são disso exemplos.
A leitora Maria Helena Rodrigues deu
conhecimento ao Má Despesa do protesto que apresentou à Câmara
Municipal de Cascais a propósito do concurso para fazer um estudo de
opinião, orçado em mais de 100 mil euros e publicado em Diário da
República.
“(...) Como munícipe de Cascais,
venho manifestar a minha profunda indignação pelo vergonhoso
esbanjamento de dinheiros públicos que V. Exa se permite num tempo
de tão duros sacrifícios para milhares de portugueses do concelho
de Cascais a quem V. Exa ofende despudorada e insensivelmente nesta
absurda e abusiva despesa de perto de 120.000 euros em irrelevantes
consultas à população sobre agrados e desagrados que mais se
assemelham a sondagens de interesse pessoal ou partidário do que a
qualquer propósito autêntico de conhecer anseios e necessidades de
uma população para cujo bem estar é sua obrigação contribuir
desde logo com um ajuizado plano de aplicação dos dinheiros
públicos de que a Câmara, e não V. Exa, convém lembrar, dispõe.
A bem do município e de um mínimo de
decência na res publica, espero de V. Exa o imediato
cancelamento do referido concurso e um maior cuidado na aplicação
dos dinheiros que estão à sua guarda para uma gestão competente e
transparente em benefício dos munícipes e não, como parece
entender V. Exa, para satisfação de interesses pessoais ou
partidários”, podia ler-se na missiva.
Na resposta assinada pelo presidente da
Câmara de Cascais, o autarca informa que, apesar de o anúncio do
estudo de opinião ter sido publicado em Diário da República,
decidiu anulá-lo. “Temos, neste momento, outras prioridades de
investimento na Câmara de Cascais. Prioridades que, no entanto, não
nos desviarão de contratar serviços desta natureza sempre que se
justificar”, escreveu Carlos Carreiras.
Sem comentários:
Enviar um comentário