Num artigo, a propósito do crescimento
galopante do desemprego, o economista Eugénio Rosa analisa a
diferença entre a boa e a má despesa pública, com uma referência
ao livro “Má Despesa Pública”. O artigo completo está
disponível no site do economista e no Avante.
Aí pode ler-se: «A defesa do investimento público com
base no endividamento não significa que todos os investimentos
públicos sejam bons investimentos e por isso devam ser realizados. A
situação que o país actualmente enfrenta também resultou de maus
investimentos públicos. São exemplos a compra dos submarinos; a
construção de estádios de futebol que não são utilizados; as
rendas excessivas pagas pelo Estado a grandes empresas como a EDP e
Mota-Engil, que ninguém tem coragem para as reduzir, embora não se
canse de prometer; benefícios fiscais enormes concedidos às grandes
empresas como à GALP e à banca, a construção de centenas de
quilómetros de auto-estradas quando era suficiente uma boa estrada;
e múltiplas despesas onde se continua a desbaratar impunemente
fundos públicos (leia-se o livro recente de Bárbara Rosa e Rui
Oliveira a “Má despesa pública” que é esclarecedor).
Há boa despesa pública e má despesa
pública, e é necessário e urgente boa despesa pública para tirar
Portugal da recessão económica e para criar emprego. Mas a cegueira
neoliberal e o espírito de classe impedem Passos Coelho e Vítor
Gaspar de compreenderem este ensinamento elementar da ciência
económica. Nenhuma empresa funcionaria nem se desenvolveria com
gente à frente dela com esta miopia e tacanhez.»
Antes de mais parabéns pelo blog, imprescindível serviço de denúncia de abusos do dinheiro dos contribuintes.
ResponderEliminarQuero só assinalar que este post em particular não adianta muito. Por um lado falar em 2012 de "investimento público com base em endividamento" é absurdo, não existe, não há um aforrador no planeta que nos empreste um tostão fresco a não ser com juros altíssimos e se o "bom" investimento é o que traz retorno para toda a sociedade, não há retorno que pague a conta dos juros que estamos a deixar para os nossos filhos e netos pagarem.
Por favor continuem a denunciar a má despesa. A "boa" despesa pode bem ficar para um dia em que o dinheiro dos impostos chegue para isso.
Cumps,
Buiça