Mais um pertinente alarme de um leitor do MDP:
"O Município da Figueira da Foz, à semelhança de muitos outros, mas porventura a uma escala particularmente grave, está financeiramente com a corda na garganta.
Em 2011, contraiu junto da banca, um empréstimo de 31 milhões de Euros ( leram bem…31 milhões…) para pagamento de dívidas a fornecedores, numa operação designada como “saneamento financeiro”.
No final de 2011, a sua dívida total ( todavia sem considerar as dívidas das suas empresas municipais) atingia um valor de 60 milhões de Euros. Este ano, já contraiu um novo empréstimo de mais um milhão de Euros.
A despesa do serviço da dívida em 2012 atinge um valor à roda de 7, 5 Milhões de Euros. A partir de 2014, o serviço da dívida deverá atingir um valor seguramente superior a 9,0 milhões de Euros por ano, quando tiver que começar a amortizar o referido empréstimo de 31 milhões. Para se ter uma ideia de quanto isto pesa ou pesará no Orçamento municipal, poderá dizer-se que, sem contar com eventuais fundos comunitários disponíveis, o Município da Figueira tem, e terá no futuro, capacidade para arrecadar uma receita anual total à roda de 32 a 33 milhões de Euros.
Como se pode verificar no documento anexo, a Câmara Municipal da Figueira da Foz decidiu agora espatifar cerca de 300 mil Euros para a imperiosa, indispensável, e urgentíssima obra de arrelvar o campo de treinos do Estádio Municipal, onde habitualmente apenas joga a equipa de futebol da Naval 1º de Maio, um clube de futebol da terra que está em situação financeira de iminente rotura, que tem tido vencimentos em atraso por mais de uma vez, e que se encontra na 2ª Liga, classificado em lugar muito próximo da designada “linha de água”, com risco de no próximo ano descer ainda mais para uma divisão inferior. Como esfarrapada desculpa, dir-se-á que a grande parte daquela verba provem de fundos comunitários. Pelos vistos não se consegue encontrar melhor aplicação para estes do que campos para jogar à bola, seja a nível local, regional ou nacional.
A criminosamente irresponsável decisão de espatifar muitas dezenas de milhões de Euros nos estádios de futebol, para o Euro 2004, não serviu de lição. A prática continua alegremente por esse País fora, como o exemplo que apresento bem demonstra. Depois venham queixar-se que a culpa do Estado Português estar falido é da Chanceler Merkel…"
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