O Estado continua a deixar o (nosso) dinheiro voar?

Mais um pertinente testemunho de um leitor:

"Sou praticante, federado, de uma modalidade desportiva que é o voo livre - parapente. Nesta actividade, por imposição do INAC - Instituto Nacional de Aviação Civil, todos os praticantes têm que ser federados para poderem ter a respectiva licença, emitida pela FPVL – Federação Portuguesa de Voo Livre, na qual o INAC delega várias competências, como seja a emissão da licença de voo, exigida pela lei que regula a prática da modalidade.

Para que a Federação possa usufruir do estatuto de entidade pública e, por isso, dos subsídios atribuídos pelo organismo que regula essas atribuições, o IPDJ - Instituto Português do Desporto e Juventude, tem de ter o mínimo de 500 praticantes federados.

Com várias “engenharias”, lá se vão conseguindo esses números de praticantes federados. E lá chegam os respectivos subsídios, que mesmo em tempo de crise, não baixaram quase nada.

O que se tem observado é que essas verbas não são gastas com a prática da modalidade, mas sim se escoam por “buracos” difíceis de controlar.

A questão é: parece lógico que o Estado gaste com 500 praticantes os montantes atribuídos num tempo de crise como este? Não deveriam ser os praticantes a ter que suportar os respectivos custos (como na realidade o fazem, visto que as verbas não são gastas nesse sentido)? Tal como esta Federação há muitas outras (que vivem do mesmo expediente), que somadas dão um montante de verbas significativo.

Será possível elaborar uma lista das federações subsidiadas e do número dos praticantes?

É que na realidade o dinheiro vem todo do mesmo sítio, do Estado. Penso que tal como o Estado não deve gastar com as tais Fundações e coisas no género, também não deve gastar, pelo menos numa altura que falta dinheiro para coisas tão fundamentais, com federações desportivas (e não é só o caso desta)."