segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A febre da cultura e espectáculos em ano de eleições



“Sem surpresa, constatámos que 2009, ano de eleições legislativas, europeias e autárquicas, foi deveras fértil em maus exemplos. Actualmente, e por motivos óbvios, a má despesa está mais controlada, se bem que continuemos a identificar 'pérolas' que poderá encontrar neste livro. A este propósito convém lembrar que 2013 é ano de eleições autárquicas e, por isso, devemos estar todos atentos às eventuais obras e dispendiosas iniciativas desnecessárias de última hora.” Este é um excerto da introdução do livro Má Despesa Pública, à venda em todo o país.
Por várias vezes temos pedido aos nossos leitores para partilharem exemplos de má despesa nas suas autarquias. Basta olhar para os números do INE para perceber como as autarquias gastam dinheiro em cultura, música e espectáculos ao sabor das marés eleitorais. Em 2009 foi atingido o pico da despesa nesta área para, no ano seguinte, cair a pique.
Como refere o INE, as despesas das Câmaras Municipais em 2010 com actividades culturais foram de 433,9 milhões de euros, traduzindo-se numa diminuição em valor de 33,2% face ao tal ano de eleições autárquicas. De 2009 para 2010, os maiores decréscimos nas despesas em cultura verificaram-se nas autarquias das regiões de Lisboa (-58,8%), Algarve (-25,1%), Norte (-16,6%), Centro (-16,5%) e Região Autónoma da Madeira (-12,2%). Curiosamente, apesar de estar sempre no centro das notícias, é no governo central que se encontra maior estabilidade na forma como é alocado o investimento em cultura.

Relatório INE Cultura 2010 aqui
Relatório INE Cultura 2011 aqui (mais recente)

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