quarta-feira, 6 de março de 2013

Gaiagate: Oito questões que precisam de ser respondidas (actualizado)


Esta terça-feira o Má Despesa Pública revelou que a Câmara Municipal de Gaia tinha adjudicado uma campanhade publicidade a uma jovem de 19 anos, pelo valor de 16.800 euros.

Dadas as circunstâncias deste contrato, consideramos importante esclarecer várias informações. O Má Despesa Pública enviou já ao presidente da Câmara de Gaia as seguintes perguntas, de forma a percebermos os contornos desta situação:
  1. Quais os critérios que levaram a esta contratação?
  2. Que outras entidades foram contactadas de forma a terem a certeza que a jovem em causa era a melhor escolha na relação qualidade/preço?
  3. Qual o portfólio da jovem em questão? Que outras campanhas de publicidade é que esta designer fez?
  4. Existe alguma relação familiar, ou de outro cariz, entre a adjudicatária e algum membro ou funcionário da Câmara ou de empresas municipais?
  5. Existe alguma relação entre o pai, a mãe ou outro familiar da pessoa em questão e a Câmara de Gaia?
  6. Existiram já algum tipo de pagamentos ou relações profissionais entre familiares próximos da adjudicante e a Câmara de Gaia?
  7. Quando é que a campanha em causa será tornada pública? Qual o objectivo desta campanha? O que pretendem divulgar? Como será divulgada?
  8. Que outras oportunidades de trabalho existem para jovens de 19 anos na Câmara de Gaia?
Ficamos a aguardar as respostas.

ACTUALIZAÇÃO 1
 
Resposta de Abílio Leite, Adjunto do Presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, entretanto enviada ao Má Despesa. Face à resposta, o Má Despesa tem de colocar mais uma questão:



“A Câmara de Gaia tem contratos periódicos, aliás de pequena monta, com várias empresas, visando a publicidade institucional.
O contrato em apreço, de pequeníssima monta para o volume publicitário desta Câmara, visou tornar do conhecimento público programa de apoio social “Projecto Gaia 2013, Menos Impostos, Mais Solidariedade, Mais Desenvolvimento”.
O mesmo deu origem a várias peças publicitadas, nomeadamente, em jornais diários, em sites institucionais bem como a um filme institucional para outdoor electrónico. Os preços praticados são, obviamente, os médios do mercado.
Toda a negociação foi feita com uma empresa reconhecida como idónea, a Webrand, que apresentou a proposta através de empresária em nome individual, subsidiária da mesma, Maria Catarina Pinto Ferreira Rocha.
Dado o currículo da empresa Webrand que negociou com o Município, e que é credível, não cabe à autarquia apreciar aspetos colaterais de empresas a ela associadas ou que lhe prestam serviços.
A campanha foi concretizada de forma cabal e competente.”


9.  A Webrand tem algum impedimento legal que impeça de contratar directamente com o Estado?

ACTUALIZAÇÃO 2

Resposta de Abílio Leite, Adjunto do Presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, às nove questões levantadas pelo Má Despesa

1. A Câmara negociou com a empresa webrand, empresa idónea no mercado, uma campanha, aliás, mini campanha em termos financeiros, para promover um programa de descida de impostos e tarifas e de apoios sociais.
2. A jovem em causa limitou-se empresária em nome individual a quem a empresa Webrand terá contratualizado o desenvolvimento do trabalho, operação a que a Câmara é alheia.
3. Só conhecemos o Curriculum da empresa Webrand, com quem negociamos, ignoramos o curriculum de outras empresas associadas ou prestadoras de serviço à Webrand.
4. Com o conhecimento do Município, obviamente, Não!
5. Obviamente, Não!
6. Não.
7. Já foi. Foi publicada em jornais diários, em revistas, em sites institucionais e em placards eletrónicos.
8. Face ao respondido anteriormente, esta questão não faz sentido.
9. A Câmara desconhece qualquer impedimento da empresa Webrand em contratualizar com o Estado.


23 comentários:

  1. Obrigada por terem colocado estas questões. Eu também quero saber a resposta.

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  2. Receio bem que vá ter de esperar sentada para não se esgotar de cansaço à espera da resposta...

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  3. A Câmara de Gaia tem contratos periódicos, aliás de pequena monta, com várias empresas, visando a publicidade institucional.
    O contrato em apreço, de pequeníssima monta para o volume publicitário desta Câmara, visou tornar do conhecimento público o programa de apoio social “Projecto Gaia 2013, Menos Impostos, Mais Solidariedade, Mais Desenvolvimento”.
    O mesmo deu origem a várias peças publicitadas, nomeadamente, em jornais diários, revistas, em sites institucionais bem como a um filme institucional para outdoor electrónico. Os preços praticados são, obviamente, os médios do mercado.
    Toda a negociação foi feita com uma empresa reconhecida como idónea, a Webrand, que apresentou a proposta através da empresária em nome individual, subsidiária da mesma, Maria Catarina Pinto Ferreira Rocha.
    Dado o currículo da empresa Webrand, que negociou com o Município, e que é credível, não cabe à autarquia apreciar aspetos colaterais de empresas a ela associadas ou que lhe prestam serviços.
    A campanha foi concretizada de forma cabal e competente.

    Abílio Leite - Adjunto do Presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia

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  4. Boa tarde, sr. Abílio Leite, sr. Luis Filipe Meneses e quem mais ler dentrodo executivo da Câmara Municipal de Gaia. Sou sócio-gerente de uma empresa de comunicação e publicidade com comprovada experiência e extenso portfolio no mercado do design em Portugal (incluindo várias instituições/empresas/marcas de renome), e a CMG pagaria à nossa agência, por contratar os mesmos serviços, menos de metade do preço indicado como pago à menina Maria Catarina Pinto Ferreira Rocha (16800 Euros). Poderão explicar-me como contrataram com um valor tão descabido e desviado da realidade e poderão ainda garantir-nos trabalho pelo valor justo em próximas adjudicações? megawhitedesign@gmail.com

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  5. Para um melhor esclarecimento, ponto por ponto:
    1. A Câmara negociou com a empresa webrand, empresa idónea no mercado, uma campanha, aliás, mini campanha em termos financeiros, para promover um programa de descida de impostos e tarifas e de apoios sociais.
    2. A jovem em causa limitou-se empresária em nome individual a quem a empresa Webrand terá contratualizado o desenvolvimento do trabalho, operação a que a Câmara é alheia.
    3. Só conhecemos o Curriculum da empresa Webrand, com quem negociamos, ignoramos o curriculum de outras empresas associadas ou prestadoras de serviço à Webrand.
    4. Com o conhecimento do Município, obviamente, Não!
    5. Obviamente, Não!
    6. Não.
    7. Já foi. Foi publicada em jornais diários, em revistas, em sites institucionais e em placards eletrónicos.
    8. Face ao respondido anteriormente, esta questão não faz sentido.
    9. A Câmara desconhece qualquer impedimento da empresa Webrand em contratualizar com o Estado.
    Com os melhores cumprimentos.
    Abílio Leite

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  6. Já agora: http://www.webrand.pt/pt/

    Curiosamente responsável pela campanha de... Luís Filipe Meneses.

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  7. Ó Sr. Adjunto: se, em vez de transcrever o que já constava do post, respondesse às perguntas sem tentar fugir com o rabo à seringa, não seria mais esclarecedor?

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  8. 'beirão'
    A fazer fé nas declarações acima daquele socio-gerente de uma empresa de comunicação, que, afirma, a sua empresa faria, por menos de metade do preço pago à menina-estudante, a empreitada em questão da CMG, e como, pelos vistos, o anúncio da dita 'empreitada' não chegou ao maior número possível de concorrentes, como seria ser suposto em concursos públicos, parece que alguma coisa não bate certo neste reino da CMG. É preciso que se averiguie tim-tim por tim-tim.

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  9. Cheira mal, muito mal!As explicações não são convincentes.

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  10. A Webrand tem como sócio gerente o Sr. Carlos Manuel Gomes da Fonseca (http://www.linkedin.com/pub/carlos-fonseca/14/a3b/5b4), que também gere outras empresas.
    Segundo o BASE só entre a Webrand e a Yourprojects (que o Sr. Fonseca também gere) o valor de adjudicações directas desde 2008 já ronda os 380 000 €

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  11. "a Câmara negociou com a empresa Webrand".
    "A empresa Webrand terá contratualizado o desenvolvimento do trabalho".
    Facto: A Câmara contratou a rapariga. E pelos vistos "ignoramos o curriculum de outras empresas associadas ou prestadoras de serviço à Webrand".

    Condição: Se a jovem for a tal estudante da Faculdade de Letras...
    Facto: ...então a mãe da rapariga é amiga, entre outros elementos do PSD, do Sr. Abílio Leite numa rede social chamada facebook.

    Em que consistiu o "desenvolvimento do trabalho" de uma campanha para "promover um programa"? Era trabalho técnico de design? Com 19 anos e estudando na faculdade de letras, conseguiu concretizar de forma cabal e competente um trabalho técnico de design? Ou era trabalho de promoção e divulgação de um outro trabalho? É que sendo trabalho de promoção, quem fez o trabalho técnico?

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  12. O sr. Adjunto é capaz de nos dizer como é que a Câmara contrata uma empresa mas paga a uma rapariga de 19 anos? E já agora pode-nos dizer que qualidades profissionais tem a menina?

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  13. Posso afirmar (embora anonimamente por questões deontológicas) que a menina de 19 anos não tem qualquer experiência profissional anterior.
    Ou seja, mesmo que seja tudo legal, podemos questionar a capacidade da CMG de "dar" o nosso dinheiro para um trabalho sem garantias de qualidade.

    Por outro lado, parece-me simples: Paga-se à menina. A Webrand faz o trabalho. A menina "oferece" 80% do recebimento à Webrand em cash. O que lhe fica compensa os impostos a pagar em sede de IRS.

    Povo que lavas no rio.

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  14. A empresa NORTWATT, LDA. (509870430) que presta serviços de electricidade para a câmara de gaia já amealhou em concursos quase 800.000euros mas se verificarem a morada da empresa nas paginas amarelas verificam que é a mesma morada do armazém da empresa Rui Marques – Montag (30553) http://www.ruimarques.pt/contactos.php, que já amealhou mais de 2.600.000euros em contratos com as mesmas câmaras que a NORTWATT trabalhou...




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  15. Aquilo que faz falta é a fiscalização fisica dos serviços e obras porque há por ai muita coisa ficticia/virtual, ou seja, não passa da intensão.... e da respectiva fatura!!!

    Com uma pesquisa no base podem-se detetar inumeras potenciais situações de fraude.
    Porque não começam os desempregados mais instruidos a perder algum do seu tempoa a exigir às Camaras a consulta dos processos (que não pode ser negada) e verificar a execução do contrato.
    Afinal onde anda o Tribunal de contas ?

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  16. Típico negocio autárquico!

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  17. Esta jovem é um verdadeiro prodígio! Ou será que essa webrand tem dividas à segurança social, ao fisco, fornecedores e até aos funcionários e ex-funcionários. Santa paciência! Shame on you!

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  18. Voltado ao cerne da questão. A justificação para a adjudicação do trabalho à dita "jovem de 19 anos", sem formação nenhuma na área do design, é o facto de ser "filha" da verdadeira "gerente de facto" daquela empresa idónea. O Sr. Carlos Manuel Gomes da Fonseca, é o testa de ferro dessas "senhorecas".
    Como é facil verificar, basta pesquisar no site http://www.einforma.pt, colocar o nome webrand, e verificamos que esta empresa idónea, está em processo de insolvência... dívidas a fornecedores, funcionários entre outros. Como é demasiado claro, não convém que esses 16.800 euros, venham a ser penhorados para pagamentos das dívidas! Por isso, utilizam a "jovem" promissora do design em Portugal, para dar cara a esta farsa.
    Que essa gente é vigarista, é fácil de compreender, o que se torna realmente alarmante, é que a CMG, entre neste esquema (se não sabia, fica a saber).
    Os tempos são outros, está na altura de acabar com os "esquemas" desta gente!
    É este PSD que queremos para o FUTURO? Por mim dispenso!
    Sr. Abílio, o que está em questão, não é o valor do ajuste directo, mas sim, se a dita empresa tem "MORAL" para fazer a campanha de comunicação deste programa de apoio social “Projecto Gaia 2013, Menos Impostos, Mais Solidariedade, Mais Desenvolvimento”!

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  19. "Abílio Leite6 de Março de 2013 à0 12:30

    A Câmara de Gaia tem contratos periódicos, aliás de pequena monta, com várias empresas, visando a publicidade institucional.
    O contrato em apreço, de pequeníssima monta para o volume publicitário desta Câmara, visou tornar do conhecimento público o programa de apoio social “Projecto Gaia 2013, Menos Impostos, Mais Solidariedade, Mais Desenvolvimento”."


    Segundo o Sr. Adjunto, 16800 é de pequenissima monta, sendo que a CMG tem contratos de pequena monta (pela interpretação superiores a 16800) com VÁRIAS empresas..

    Ou seja, face a isto facilmente é atingido os valores limites para o ajuste directo.

    A minha dúvida é se a CMG procedeu a algum concurso público em DRE para contratação de serviços de publicidade institucional, ou se, estaremos perante um caso de fraccionamento de forma a evitar concursos publicos.

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  20. As empresas Nortwatt Lda, S MarquesLda e Rui Marques Montagens eléctricas Lda são um exemplo flagrante de como contornar o limite dos valores dos ajustes directos, a Nortwatt Lda e S.Marques Lda foram criadas pelo mesmo proprietário, o da Rui Marques Lda a morada de ambas empresas é a mesma, (Rua D. Pedro IV 29, Valongo 4440-633 VALONGO) terra do ex vice presidente Marco Antonio Costa.
    Tem obtido lucros gigantescos ás custas de ajustes directos com as Camaras de Gaia de Espinho Valongo Povoa do Varzim, o esquema é igual em todas essas autarquias.

    O proprietário dessas empresas é um dos principais "patrocinadores" das campanhas de Menezes.

    Estes dados são facilmente comprovado pelo site do Base

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  21. Tudo surreal, alguns comentários estão bem perto da verdade.

    Investiguem a WEBRAND com pés e cabeça, é mesmo um caso de policia...

    E sim, a CMVNG conhece bem a mãe da jovem e só não é a mãe - Cristina Ferreira - a sócia-gerente da empresa Webrand, porque está legalmente impedida, de ambas as funções.


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  22. Uma vergonha! E depois eu gasto 6 euros de água e pago 28€ de fatura final! Para sustentar esta cambada de corruptos!

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  23. Finalmente apanharam o animal. que exista alguma vez na vida justiça e façam pagar pela porcaria que fez. não são livros escolares até ao quarto ano que o safam

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