quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Tinha tudo, até um pólo universitário de Ciências Gastronómicas



O Má Despesa partilha com os leitores um dos textos presentes no livro "Má Despesa Pública nas Autarquias" que retrata bem a exequibilidade das decisões do investimento público local. 

"Era um projecto com um orçamento de 96 milhões de euros, foi apresentado em 2007 e devia estar concluído em 2014. “Santarém vai começar uma caminhada que a vai levar a ser uma das mais belas e ricas cidades da Europa”, disse o então presidente da Câmara Moita Flores, citado pelo jornal online Tinta Fresca. Tratava-se da denominada Estratégia de Requalificação Urbana da Frente Ribeirinha de Santarém que previa a construção de um dique para libertar a zona ribeirinha das cheias e transformá-la no grande Parque da Cidade e numa praia fluvial. Implicaria também a construção de uma via pedonal de ligação entre Alfange e a Ribeira de Santarém, sobre a linha de caminho-de-ferro que seria desactivada, e a implantação de um pólo universitário de Ciências Gastronómicas na antiga Fábrica de Alfange.

O plano tinha sete fases. Começava com um realojamento na zona de Alfange (2,3 milhões de euros), depois vinha a requalificação urbana da Ribeira de Santarém (37,2 milhões),construção do Parque da Cidade e praia fluvial (16,1 milhões), do núcleo universitário de Ciências Gastronómicas (8,1 milhões), do açude (19,2 milhões) e de uma promenade de ligação da Ribeira de Santarém a Alfange (12,6 milhões). Este projecto recebeu em Setembro de 2009, durante o Salão Imobiliário de Portugal, o Prémio Nacional do Imobiliário, na categoria de Desenvolvimento Urbano. Não saiu do papel."

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