Tudo começa com um sonho e este blogue não é excepção. Dois amigos decidiram levar para o espaço virtual uma das suas preocupações públicas e recorrente tema de conversa - a má despesa pública -, no sentido de contribuir para o seu combate (o sonho). Sem olhar a quem e sem perseguir instituições, tendo por base documentos oficiais publicados pelas entidades públicas e denúncias dos leitores devidamente comprovadas, relatámos episódios reais de indevida e/ou duvidosa utilização dos recursos públicos de um Estado que vive mergulhado na opacidade. Não conseguimos acabar com a má despesa pública nem tão pouco ver publicados os contratos da Presidência da República, mas esperamos ter contribuído para a reflexão e ajuda na formação de um olhar crítico sobre a gestão pública nacional.
O Má Despesa não deve ser visto como um ataque aos governantes- o único alvo é a má governação-, e apenas deve ser encarado como um (pretenso) instrumento de aprofundamento da participação cívica, escrutinando e fornecendo informação devidamente seleccionada e "digerida", inteligível ao cidadão comum. O fosso que existe entre a sociedade e as instituições também nos apoquenta. O segredo desencoraja a participação pública, serve de ninho aos erros da gestão e obsta à responsabilização dos agentes públicos e, por isso, o Má Despesa anda sempre na arena do direito de acesso à informação. Sem o perfeito cumprimento deste direito não existe controlo, debate e vigilância por parte dos cidadãos - acções essenciais à criação do espaço público, à construção da democracia. No fundo, só queremos uma melhor democracia e sabemos que não estamos sozinhos. Eis o balanço de 3 anos de vida:
- 815 posts no blogue;
- 2218 comentários de leitores publicados no blogue (só não são publicados os que contêm vernáculos);
- Mais de 1,2 milhões de visualizações em menos de 2 anos (o contador só foi introduzido posteriormente);
- Mais de 17.500 seguidores no Facebook;
- Mais de 700 seguidores no Twitter;
- 2 livros publicados: "Má Despesa Pública" e "Má Despesa Pública nas Autarquias" (edição Aletheia);
- Apresentação pública dos livros em Lisboa, Porto, Viseu, Braga e Silves; intervenção em vários seminários/encontros; dezenas de entrevistas e notícias na comunicação social;
- Organização do Arte e Debate, no âmbito da Trienal de Arquitectura de Lisboa;
- 1 ameaça à integridade física (a excepção que confirma a regra de que não somos alvo de ameaças);
- Algumas insónias;
- Bastante diversão;
- Extra-dose de inquietude;
- Muita vontade de continuar;
- Real gratidão a todos os leitores e leitoras.
Bárbara Rosa
Rui Oliveira Marques
Parabéns pelo blog que sigo com interesse e bem-hajam pelo vosso trabalho.
ResponderEliminarPena não haver mais denúncias, debate e participação cívica de todos os cidadãos sobre estes temas e assim prevenir tanto esbanjamento de dinheiros públicos. Poderiam evitar-se os cortes em salários e pensões, que agora tanto nos dói.
V. Ex.as dizem bem! O fosso entre eleitores e eleitos é cada vez maior. E isso significa que é necessário um "abanão" no sistema! Nas europeias de 2009 a abstenção foi de "apenas" 63%! Eu pergunto: até onde deve chegar a abstenção para que os políticos comecem a sentir, finalmente, vergonha? Será que não há espelhos nas sedes partidárias? Um estudo recente refere que os Portugueses são o povo da Europa mais insatisfeito com a sua democracia! E ninguém tira as devidas ilações? O "cartel" de partidos que domina há 40 anos o país sob a capa de uma falsa democracia continua a agir de acordo com os seus próprios interesses. Será que não percebem que o "seu" regime está mais que estafado? Será que não entendem que assim colocam em perigo a pouca democracia que ainda resta? Os partidos têm de sair dos seus "casulos" e o 1º passo dessa reforma é introduzindo o voto nominal.
ResponderEliminarParabéns por este trabalho meritório, mas tenho de manifestar completo desacordo com a eliminação de comentários baseada na utilização (sem intuito ou conotação insultuosa, caluniosa ou difamatória) dos chamados termos impróprios (na linguagem sulista e elitista) que no centro e principalmente norte deste país há muito são linguagem corrente e aceite ou tolerada. Aconteceu comigo e não gostei: o uso da vulgaríssima palavra "m..." foi bastante para mandar o meu comentário para o caixote do lixo... Comento frequentemente com outro pseudónimo em outros blogues, dois ou três referências nacionais, e nunca me sanearam a opinião por tal motivo (nem por outro, diga-se...) Aqui, deixei de comentar, claro, mas continuo a pensar que o blogue vale a pena, como vale a pena continuar a passar por cá e a divulgar o MDP. Comentar (eu...) é que não...
ResponderEliminarMuitos Parabéns, pf continuem.
ResponderEliminarMuitos parabéns! Têm feito um excelente trabalho. Notável sem margem para dúvidas!
ResponderEliminarNo nosso país, enquanto não houver mudanças das mentalidades e os políticos não forem responsabilizados pelas asneiras que fazem vamos continuar com dificuldades...