quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Ninguém quer investigar a Estamo?




"A Estamo foi constituída em 9 de Setembro de 1993, com o capital inicial de 2.974.000 euros. Em finais de 2007, no seguimento da fusão por absorção na Estamo do património da empresa Locacest – Sociedade de Gestão e Investimento Imobiliário, SA, o seu capital social foi aumentado para 5.129.575 de euros. Em 29-12-2011 foi efetuado um aumento de capital social para 100.000.000 de euros e em 28-12-2013 teve lugar um novo aumento de capital social para 850.000.000 de euros. A Estamo é a empresa do grupo Sagestamo vocacionada para a compra ao Estado ou a Outros Entes Públicos e a privados de imóveis para revenda, para arrendamento ou para alienar após acções de promoção e valorização imobiliária dos mesmos", informa o site da empresa pública do universo Parpública. 
Ontem o jornal Público contava que "os nove negócios que a imobiliária do Estado conseguiu fechar em 2014 renderam quase 12 milhões de euros, mas apenas dois geraram mais-valias." Um dos deles, o negócio mais rentável, foi uma venda de um imóvel a um fundo de capitais públicos. A Estamo sempre intrigou o Má Despesa. Negócios, Estado e imóveis é uma das trilogias menos confiáveis deste país - e por esse mundo fora. Aparte isso, e perante o desempenho duvidoso desta empresa, o Má Despesa foi ler o documento de prestação de contas do ano de 2013 para espreitar as remunerações e mordomias dos membros do conselho de administração da empresa. Vejamos os direitos de um administrador da Estamo: 
  • Remuneração bruta após reduções: 62.551,42€
  • Seguro de saúde: não há indicação de plafond anual 
  • Telemóvel: plafond mensal de 80€
  • Carro: viaturas cujo aluguer mensal custa cerca de 730 euros (carros entre os 42 e os 46 mil euros)
  • Combustível e portagens: plafond mensal de 325,33€
A título de curiosidade, o seguro de saúde de um administradores custou 2.157,06€ no ano de 2013, ano em que gastou mais 3.130,97€ em viagens e alojamento. Como se vê, os administradores da Estamo não têm desculpa para não serem eficazes na defesa do interesse público. Aliás, ainda que aleguem a crise do sector imobiliário para explicar os desaires, isso não explica certos negócios da empresa, como o da "venda de um prédio na Rua de São Bento, em Lisboa, com um desconto de quase 50%. O comprador, uma sociedade imobiliária privada, pagou pouco mais de 1,2 milhões de euros, quando o imóvel tinha custado mais de 2,4 milhões à Estamo em 2006", segundo o referido jornal.

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