O Aqueduto das Águas Livres foi construído no séc. XVIII e, além de ser considerado uma obra notável da engenharia hidráulica, foi classificado como Monumento Nacional em 1910. A Junta de Campolide e as demais instituições responsáveis é que parecem dedicar-lhe pouca atenção. Uma leitora partilhou com o Má Despesa as preocupações de um conjunto de moradores do Bairro de Campolide que já deram origem a cartas enviadas aos Presidentes da Junta, da CML, da EMEL, do Comandante da PSP, entre outros. Ora veja:
"Temos constatado nos últimos anos a uma degradação da zona “velha” de Campolide
especialmente no que toca ao estacionamento abusivo e limpeza.
Este bairro, na sua zona mais “velha”, como sabe, enquadra um lindíssimo monumento
nacional, que qualquer freguesia teria orgulho em ter e beneficiar, sendo visitado
diariamente por inúmeros turistas tanto portugueses como estrangeiros.
É com imensa tristeza que vemos esses visitantes repararem na imundície que ladeia o
Aqueduto das Águas Livres. Para já não falar dos grafitis que impunemente alguém
pintou sem que ninguém os tivesse removido. E, a agravar, o estacionamento abusivo
e ilegal, de não moradores da freguesia, e sem qualquer controlo quer por parte da
PSP e da JFC.
Esta zona de Campolide tem sido totalmente negligenciada embora, estranhamente,
algumas zonas da freguesia têm usufruído de francas melhorias (como é o caso da Nova
Campolide e do bairro da Liberdade!).
A minha intenção, como munícipe, contribuinte e moradora, é, tão só, compreender a
veracidade do que consta no Bairro de Campolide. Por saber que nem sempre o que
consta corresponde à realidade, parece-me correcto questionar a quem detém as
informações.
Ex.mos Senhores, consta que uma entidade pública (não percebemos se a JFC, a CML
ou a PSP) tem permitido o estacionamento abusivo com contrapartidas económicas
concedidos por empresas ou particulares (????).
Porque parece-me estranho tal possibilidade, permito-me, muito respeitosamente,
questionar V. Ex.as sobre a veracidade destes comentários que circulam entre os
munícipes desta freguesia e já difundidos pelos próprios automobilistas que estacionam
abusivamente nesta área.
Se, como julgo e espero, são apenas boatos, então, apelo, conforme direito de cidadã
que me assiste, que V. Ex.as me esclareçam o seguinte:
Qual a razão do abandono completo da zona mais velha de Campolide por
parte da JFC e da CML?
Por que razão os órgãos competentes permitem o estacionamento ilegal
colocando em risco os moradores desta zona?
Existe alguma norma, que se sobreponha à Lei, e que permita a CML, a
JFC e a PSP escolherem quais as normas a aplicar e, também, quem deve
cumpri-las?
Por que tem sido, a Nova Campolide, alvo de melhorias constantes em
detrimento da Velha Campolide?
Qual a razão da utilização de um monumento histórico como WC dos cães
da freguesia? O turismo não é um dos pilares da nossa economia?
Por que razão estão os locais para estacionamento legal e ordenado da
Nova Campolide vazios? O que ganha a EMEL com o investimento feito no
estacionamento da Nova Campolide se os automobilistas podem estacionar,
abusivamente e sem pagar, a 250 metros?
Por que razão esta situação tem piorado desde que fizemos um abaixo assinado
alertando para estes problemas?
Tendo em conta o preconizado nos n.ºs 1 e 2 do Artº. 13º da Constituição da República
Portuguesa, tão badalado ultimamente por inúmeros agentes políticos, tudo leva a crer
que este Princípio (da Igualdade) foi abolido da nossa Constituição!
Há cerca de um ano e meio fizemos um abaixo-assinado pedindo à CML e a JFC que
tivessem em atenção alguns dos problemas desta zona da freguesia. Infelizmente as
duas entidades responsáveis, JFC e CML, optaram por ignorar:
os turistas que trazem dinheiro ao nosso país e dão emprego a tanta gente.
os idosos que não conseguem circular nos passeios nesta parte da freguesia.
as crianças que não têm passam as passadeiras sem qualquer segurança pois
estas servem apenas para estacionamento dos carros.
os deficientes motores que estão impossibilitados, a dobrar (!), de circular nos
passeios desta zona.
E, finalmente, os contribuintes moradores que vivem na zona velha de
Campolide e não têm a sorte de morar, ou de poder morar, na Nova Campolide!
Na expectativa de obter uma resposta ao qual, como cidadã, contribuinte e moradora,
me assiste, apresento os meus melhores cumprimentos."
(o negrito é nosso)
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