O Má Despesa recebeu uma carta aberta subscrita por alguns dos 38 candidatos preteridos a um concurso concurso público, aberto em Janeiro de 2015, para preenchimento de uma vaga de Professor Adjunto
na área de Matemática Aplicada no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa
(ISCAL) do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL), que revela bem como funcionam muitos concursos públicos. Aliás, "este caso mostra claramente que um concurso pode satisfazer todas as
normas em vigor (nomeadamente as que dizem respeito à constituição do júri e à grelha de avaliação), pode ser disputado por um grande número de candidatos com currículos de qualidade e, ainda
assim, não determinar uma seleção minimamente aceitável do candidato vencedor. (..) Entre os candidatos, houve um entendimento bastante generalizado de
que os resultados foram muito incorretos, tendo sido apresentadas 14 contestações à lista de ordenação provisória proposta pelo júri. Nenhuma destas contestações foi aceite, pelo que 3 dos autores
desta carta interpuseram ainda recurso tutelar junto do presidente do IPL. Novamente sem sucesso.
Os resultados do concurso foram homologados em dezembro de 2015. (...)
A carta aberta é extensa e devidamente fundamentada, pelo que partilhamos o resumo do caso: "E é assim que em 2015, uma candidata doutorada em Ciências da Educação, sem um único
artigo científico publicado, nem atividade científica conhecida na área da Matemática e Matemática
Aplicada, vence um concurso para Professor Adjunto de Matemática, um concurso com 38 candidatos,
alguns com prémios Gulbenkian, vários investigadores FCT, alguns com currículos longos (tanto
cientifica como pedagogicamente), outros extremamente promissores e muitos, muitos matemáticos
que fazem investigação nestas áreas. Estes resultados foram possíveis não obstante um grande
número de candidatos ter apresentado reclamações, e tentado tudo o que a lei permite para evitar
este desenlace."
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