segunda-feira, 19 de junho de 2017

No previsível país dos eucaliptos

"A floresta portuguesa ocupa 3,2 milhões de hectares, o que corresponde a 35,4 por cento do território nacional (...). 84,2 por cento da área total é privada, dos quais 6,5 por cento são pertencentes a empresas industriais. As áreas públicas correspondem a 15,8 por cento do total." (Fonte: RTP) O eucalipto é rei na floresta portuguesa, não pelo seu contributo para o equilíbrio e biodiversidade (há pouca variabilidade de microrganismos presente nas plantações de eucalipto), mas pela rentabilidade a ele associada. Os ambientalistas consideram o eucalipto uma ameaça à biodiversidade e um factor de risco agravado para os incêndios de Verão, visto ser altamente inflamável. E têm razão.
O que nos sobra em eucaliptos, falta-nos em efectiva reforma florestal, em efectiva avaliação da Protecção Civil, em efectivos serviços florestais, em efectiva gestão do território focada na prevenção dos fogos, em operacionais especializados efectivos, em efectivo cumprimento do plano Nacional de Defesa da Floresta. Enquanto nos faltarem políticos e políticas públicas eficientes e responsáveis, resta-nos importar koalas, o animal que consegue comer e digerir as folhas de eucalipto. Mas nem com koalas lá vamos enquanto não tivermos uma sociedade civil efectivamente exigente e participativa - e este é o nosso maior défice. 

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