terça-feira, 3 de maio de 2011

O que gastam as juntas. O caso de Guimarães


O Expresso do Ave analisou as contas das juntas de freguesia do concelho de Guimarães. Antes de ler, vale a pena relembrar a população de algumas das freguesias em causa (Fonte: INE 2001). Guimarães tem 69 freguesias, 18 delas têm menos de mil habitantes.

Ponte: 6.597
Lordelo: 4.641
Moreira de Cónegos: 5.828
Ronfe: 4.487
São Torcato: 3.624

TELECOMUNICAÇÕES: “Em Ponte (…) só para telemóveis, telefone e internet vão mais de 300 contos. 1.600 euros para comunicações estão previstos nas despesas para 2011. A quantia já parece alta, mas não é, se considerarmos o montante previsto no orçamento da despesa de Moreira de Cónegos. Esta vila pensa gastar 3.900 euros em comunicações.”

ÁGUA E LUZ:São Torcato (…) só em despesas como a água e a electricidade gasta 7.250 euros, sendo que 3.000 são para a água e o restante para as facturas da luz. Recorde-se que Ponte reserva para o efeito apenas 2.100 euros. Ainda assim, outras vilas há ainda menos poupadas neste particular. Pevidém prevê gastar 3.900 euros com a luz. Ronfe prevê um gasto de 700 euros para a luz e 415 para a água. Também, Lordelo não vai alem dos 460 euros para água e 850 para luz.”

COMBUSTÍVEIS: “Enquanto que Ponte prevê uma despesa de 949 euros, São Torcato chega aos 4.000 euros. Em Ronfe, por exemplo, estão previstos 1.850 euros para combustíveis e lubrificantes; 250 para gasolina e 1.350 para gasóleo. O executivo de Daniel Rodrigues tem ainda cabimentada uma verba de 600 euros para o tractor e 750 para carrinhas. Reparemos agora em Moreira de Cónegos. 850 euros estão destinados a combustíveis e lubrificantes; para gasolina, apenas 50 euros e para gasóleo 750 euros. Curioso”

FESTAS: “Moreira de Cónegos, por exemplo, prevê gastar 7.000 com as festas da vila. Para munições, explosivos e artifícios estão previstos 2.300 euros. E se é verdade que Moreira tem um orçamento superior em relação às outras vilas, também tem previstos outros gastos significativos. Estão previstos 2.250 euros para refeições ligeiras em eventos e 10 mil euros para prémios, condecorações e ofertas. São 2 mil contos! Seguimos agora até Lordelo que tem nas despesas 4.000 euros para colectividades, livros, as marchas de santo António e outros. A juntar a estes 4.000, outro tanto destina-se a portos d’honra, cabazes, a assinatura do jornal, a página da internet da Junta de Freguesia e passeios. Voltamos a Ronfe para revelar outro montante que salta à vista. O executivo de Daniel Rodrigues tem previsto 3.000 euros para o passeio anual. Em S. Pevidém, o executivo local reservou 15 mil euros para festas”.

2 comentários:

  1. Há algum tempo que insisto em acabar com todas as freguesias que tenham menos de 10.000 habitantes. Estas freguesias passariam a pertencer à freguesia maior e mais próxima, ou, no caso de concelhos pequenos, a uma única freguesia. É um absurdo gastar-se em juntas de freguesias tanto dinheiro em festas e outros eventos absolutamente desnecessárias. As festas deveriam ser pagas com o dinheiro arrecadado dos cidadãos que quisessem delas participar. Outra despesa grande que pesa nas contas de algumas freguesias pequenas, é a conta de luz usada para iluminar os arredores de capelas e igrejas. Como exemplo cito que a energia usada para iluminar o Santuário de N. Sra. da Assunção em Mirandela, custa mais de 700€ por mês. Se, na maior parte do ano ninguém a visita à noite, qual o motivo de manter tantas lâmpadas acesas durante todas as noites?

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  2. Essa sugestão é completamente descabida e é, obviamente, proferida por um habitante citadino. Há concelhos com mais de 20 freguesias que, no total, têm pouco mais desse valor. Não se pode pensar que tudo é linear. Há freguesias imensas em tamanho, que têm poucos habitantes e, na maior parte, são idosos, com imensos problemas em conseguir transporte. A junta de freguesia, assim como o parco da mesma, dão imenso apoio a essa gente. E, pelo menos antigamente, esses presidentes da junta ganhavam uma migalha. Agora há outras freguesias, junto aos grandes centros urbanos que, essas sim, dão imenso lucro aos seus presidentes, que ganham em função do numero de habitantes.

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