quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Concursos para contratação de pessoal que parecem ser uma fraude




Mais uma denúncia de um leitor, a propósito de um anúncio colocado na Bolsa de Emprego Público:
Os concursos públicos para contratação de pessoal são, como se sabe, na sua maioria uma fraude, pois os lugares já estão pensados para alguém em particular. Toda a burocracia, tempo perdido, cartas enviadas, tornam os concursos públicos num exemplo perfeito de como se perde tempo e dinheiro no nosso Estado. E venho aqui deixar mais um exemplo, com a agravante do anúncio, publicado na BEP, solicitar alguém com Licenciatura para um cargo que, pelas funções descritas, mais se afigura de Assistente Administrativo. Processamento de vencimentos, organização de processos, elaboração de ofícios? Vai o Estado pagar a dobrar para um Técnico Superior fazer estas tarefas? Segundo a DGAEP este é o conteúdo funcional desta categoria: 

» Funções consultivas, de estudo, planeamento, programação, avaliação e aplicação de métodos e processos de natureza técnica e ou científica, que fundamentam e preparam a decisão
» Elaboração, autonomamente ou em grupo, de pareceres e projectos, com diversos graus de complexidade e execução de outras actividades de apoio geral ou especializado nas áreas de actuação comuns, instrumentais e operativas dos órgãos e serviços
» Funções exercidas com responsabilidade e autonomia técnica, ainda que com enquadramento superior qualificado
» Representação do órgão ou serviço em assuntos da sua especialidade, tomando opções de índole técnica enquadradas por directivas ou orientações superiores
 
Algum amigo que quer receber mais para as funções que vai desempenhar! Tantos mais casos que deve haver por aí. De certeza que se se fizesse uma avaliação das tarefas realizadas para as categorias se iria descobrir muitos casos de injustiça, em que alguns fazem muito menos do que deveriam, comparativamente com outros colegas que recebem o mesmo. Nesses casos, ou seriam atribuídas outras responsabilidades às pessoas ou, caso se recusassem, passariam a ocupar a categoria correcta para as funções, recebendo o que lhes era devido.  A poupança nos vencimentos seria brutal e, provavelmente, a longo prazo não teríamos funcionários a ser despedidos para cortar na despesa”.

3 comentários:

  1. Há cerca de 4 anos soube de um caso numa câmara municipal do distrito de Évora em que disseram à candidata " é uma pena a menina vir de tão longe [Lisboa] nós só publicamos o anúncio porque é obrigatório, o cargo já está destinado".

    Também já me deparei com uma situação em que há dois processos de recrutamento (CMAmadora há 1 ano): o diário da república distingue o concurso para internos (basta uma entrevista) dos candidatos externos (prova escrita, oral...)
    Se o DR já é tendencioso...

    Fonseca

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  2. É tudo mera coincidência! Então neste caso em Viseu, é uma coincidência do caraças a senhora ser filha do vice-presidente da CMV!
    http://gamvis.blogspot.pt/2012/10/o-guarda-chuva-do-americo.html

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  3. TODOS os concursos para a AP são fraudulentos há bastante tempo. Sou FP e sei do que falo. O problema é que NINGUÉM (excepto o Provedor de Justiça, que não tem poderes judiciais) responde às denúncias que tenho feito nem promove inspecções ou auditorias.

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