quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

As histórias de horror dos deputados da Madeira


Na Madeira a realidade supera largamente a ficção e uma história nunca vem só. A Assembleia Legislativa da Madeira (ALRAM) é conhecida pelos seus episódios tragicómicos e guarda histórias de horror para o interesse público. “Fiquei estupefacto, envergonhado e horrorizado ao verificar as despesas”, disse o procurador adjunto da República ao jornal Público. "Nunca pensei que um deputado se fosse instalar num hotel, a pedir coisas na piscina, em fato de banho”, à custa da subvenção que também serviu, disse, “para pagar gincanas de carrinhos de madeira” ou “65 viagens áreas entre o continente e Madeira, 34 só num dia”. “Há muitas despesas que não tinham nada a ver com a actividade parlamentar”. Este caso em julgamento reporta-se a 2006 e envolve dez deputados de todos os quadrantes políticos e ainda independentes por uso indevido e injustificado de mais de dois milhões de euros. Trata-se de um caso de violação do interesse público que não deixa dúvidas ao Ministério Público (MP).  Curiosamente, Guilherme Silva, deputado e vice-presidente da Assembleia da República, é um dos advogados de defesa. Já se sabe que o conflito de interesses não é o tema preferido dos deputados e depois dá nisto. O Má Despesa tem alguma dificuldade em perceber como é que os deputados, representantes de todo o país, podem andar a advogar contra o Estado/interesse público - representado pelo MP. Chega a ser bizarro mas, pelos vistos, é encarado com muita naturalidade. E o desvio de dinheiro público também, visto que o presidente da ALRAM, Miguel Mendonça, quando confrontado pelos jornalistas com as acusações do MP declarou que "esta é uma questão recorrente" e que as pessoas indiciadas "não devem perder o sono por causa disso". (Fonte:Expresso). E a procissão só agora começou pois falta marcar o julgamento das contas de 2007 da ALRAM, com um desvio de 4,3 milhões, e do processo das subvenções parlamentares de 2008 a 2010, envolvendo cerca de 12,5 milhões. 

3 comentários:

  1. Esta democracia é uma fraude, um logro, uma farsa, um embuste. Por muitas patifarias que um qualquer governo faça, na legislatura seguinte alguns dos "patifes" encontram refúgio no Parlamento. Isso deve-se a um vergonhoso e antidemocrático sistema eleitoral que garante os chamados "lugares elegíveis". Vota-se em logotipos partidários em que o voto é uma espécie de cheque ao portador a favor de partidos que nomeiam quem querem, segundo critérios que nada devem ao mérito. E todos desejam manter esse "status quo". Por isso estamos entregues a esses medíocres e imberbes políticos de carreira. E é este "inconseguimento" democrático que nos gera um sentimento "frustracional", ao permitir partidos e governos "softpower", isto é, fracos perante a oligarquia de interesses instalada, vulgo clientelas. Fala-se muito em reformas estruturais incluindo a do Estado, mas a mais urgente é a do sistema eleitoral. Sem esta, as outras jamais avançarão. Enquanto nada mudar, terão sempre a minha abstenção. Nestas europeias, uma abstenção superior a 60% talvez faça com que os partidos tirem a "cabeça da areia" e ganhem, finalmente, vergonha.

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  2. ALRAM = associação de ladrões e rameiras autônomas da madeira

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  3. E não há prisões? ESTAMOS EM PORTUGAL

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