segunda-feira, 27 de junho de 2016

Falagueira: Como o Estado pagou 5 milhões por um projecto que não foi feito



O último programa Sexta às 9 (RTP1) voltou a ser exemplar. A história sobre a cadeia de acontecimentos que ligam as decisões sobre a construção da polémica barragem do Tua e a ida do antigo vice-primeiro-ministro e ex-líder do CDS, Paulo Portas, para a Mota-Engil, deu que falar nas redes sociais. No entanto, uma outra história merece o nosso destaque já que abordou um caso muito pouco falado em Portugal: o negócio ruinoso da quinta da Falagueira, na Amadora, cujos terrenos são do Estado.

Como explicou a reportagem, o contrato para construção de um empreendimento imobiliário na Amadora foi assinado oito dias após o então primeiro-ministro Durão Barroso ter passado umas férias de luxo na ilha privada do irmão deste empresário. Vasco Pereira Coutinho foi o homem escolhido para a parceria estabelecida por ajuste directo com o Estado, proprietário dos terrenos na Quinta da Falagueira. Isto depois de o Governo da altura ter dito que a hasta publica para concessionar o terreno da Falagueira tinha ficado deserta. Por incrível que pareça, ninguém sabe se esta hasta pública chegou mesmo a acontecer ou se o negócio foi entregue de bandeja ao amigo de Durão Barroso, que hoje reclama uma indemnização de 148 milhões de euros.

A reportagem também revela que o Estado pagou a uma dos maiores arquitectos do mundo, Norman Foster, por um projecto que não foi feito. Ao todo foram cinco milhões de euros para Norman Foster, Gonçalo Byrne e para uma dezena de gabinetes de arquitectura e engenharia. 


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