sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O caso do Complexo Desportivo de Alandroal



O Complexo Desportivo de Alandroal foi inaugurado no passado dia 22 de Setembro. João Grilo, presidente da Câmara eleito em 2009 pelo Movimento Unidade e Desenvolvimento de Alandroal (MUDA), confessou que "a conclusão desta obra lhe desperta sentimentos contraditórios”. Quando o actual executivo tomou posse a obra tinha seis meses de execução. Este Complexo foi construído de raiz na periferia da vila e foi dotado de balneários, bancada, iluminação e relvado sintético. 
O Má Despesa partilha o excerto do discurso proferido pelo presidente da autarquia no dia da inauguração, que demonstra bem como são tomadas certas decisões nas autarquias portuguesas: “O que fizeram os concelhos vizinhos do nosso para ter um campo relvado com um mínimo de custos? Redondo, Borba ou Estremoz adaptaram os campos de futebol existentes às características do programa e do financiamento. Nenhum dos municípios vizinhos optou por construir  um novo estádio de raiz. (…) Quanto é que esta opção custou a mais a todos nós? Só para começar, representou logo 145 mil euros não financiados pagos pelo terreno. A seguir, mais 83 mil euros para o projecto, pago como novo, mas adaptado do de Freixo de Espada à Cinta. Depois, precisou de mais 200 mil euros não financiados para terraplanagens. Os estacionamentos e outros aspectos não financiados custaram mais 630 mil euros. Ou seja, num custo total de obra de 2 milhões de euros, 675 mil são financiamento comunitário e 1 milhão e 325 mil são fundos próprios que a câmara não tinha”.
E, apesar deste juízo, o presidente lá deu continuidade à dispendiosa obra num concelho que não totaliza 6 mil habitantes.  

6 comentários:

  1. 1 milhão e 325 mil euros a dividir por 6.000 habitantes, ora deixa cá fazer as contas... assim arredondando, cada um tem a pagar 221 Euros.

    Cheguem-se à frente!

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  2. Pelo que depreendo, Freixo de Espada à Cinta também tem um estádio semelhante a este. Num concelho com ainda menos população que o concelho do Alandroal (Freixo não chega aos 4 mil habitantes) e onde na sede do concelho não há clube de futebol que dê utilidade ao estádio. No ano passado, nenhuma equipa do concelho disputou quaisquer campeonatos organizado pela Associação de Futebol de Bragança. Este ano, justiça seja feita, o clube da freguesia de Poiares tem duas equipas a disputar os campeonatos distritais de benjamins (sub 11) e infantis (sub 13). Mas, para 2 equipas de garotos, será necessário um estádio de luxo? Deixo aqui a pergunta.

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  3. Voltando ao estádio de Alandroal, fiz uma pesquisa no portal Zero Zero (www.zerozero.pt), um portal com informação muito completa sobre praticamente todos os campeonatos de futebol disputados em Portugal. As pesquisas que efetuei (espero que haja alguém que as possa confirmar!) permitem-me concluir que o concelho de Alandroal não dispõe, neste ano, de NENHUMA equipa a disputar os campeonatos distritais organizados pela Associação de Futebol de Évora, em nehuma das várias categorias etárias existentes. Ou seja, a moderna infraestrutura desportiva de que Alandroal dispõe não tem utilização porque, aparentemente, não há interessados em todo o concelho do Alandroal em utilizá-la. Infelizmente, posso dizer, com conhecimento de causa, que não é caso único no nosso país. Voltando ao Alandroal, fiz ainda mais uma pesquisa à procura do clube de futebol mais representativo do concelho. Parece ser a Juventude Sport Alandroalense, que este ano, como já referi, não está inscrita em nenhum dos campeonatos organizados pela A.F. Évora. Existe um blog que se dedica a divulgar a sua atividade (http://juventudesportalandroalense.blogspot.pt/) mas parece que há pouca atividade para divulgar porque o blog não é atualizado desde o passado dia 21 de Março de 2012. É para tanta atividade que a CM Alandroal investiu num estádio ultramoderno, esta infraestrutura "indispensável" para o "desenvolvimento" do concelho? Valha-nos Deus!!!!

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  4. O A-SUL Pelos seus leitores
    "A Câmara do Seixal continua a encher autocarros de trabalhadores comunistas para mandar para as manifestações contra o governo mas na Câmara do Seixal o desgoverno é maior. Estes trabalhadores do partido comunista são cumplices do que a administraçlão CDU está a fazer, porque são o suporte da CDU e as suas más politicas. A Câmara do Seixal acabou de ganhar um prémio de igualdade o que é extranho numa Câmara onde há processo em tribunal contra a camara por discriminação contra trabalhador por ser doutro partido, assim como se faz neste momento uma greve de zelo por parte de trabalhadores descontentes com a má gestão da Câmara discriminatoria em desfavor de alguns trabalhadores.
    O descaramento dos autarcas da Câmara CDU é dos maiores quando tanta gente sofre com dificuldades o presidente continua a ter 2 carros pagos com o dinheiro do povo pobre."


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  5. Eu entendo que os blogs são hoje um bom meio de comunicação, que em termos económicos (ao invés da comunicação escrita) é sustentável porque na maioria dos casos, depende apenas da carolice de um número muito restrito de pessoas de boa vontade.

    Falei de comunicação, propositadamente, porque existem mais modos de abordarmos certos assuntos que publicamos para que outras pessoas o leiam.

    No caso presente trata-se da divulgação um pouco sintética dum assunto, que já foi notícia na altura da inauguração da obra.

    Esta comunicação, incompleta, é mais um artigo de opinião do que outra coisa e como tal, presta-se a diferentes juízos de valor.

    E porquê?
    Porque foi omitida uma importante parte do discurso do Presidente do Município, o que torna esta comunicação obsoleta, a qual assim não tem condições para ser considerada informação. Ou então será informação, mas tendenciosa, o que a transforma em desinformação.

    Eu ouvi o discurso e o que o presidente disse, foi que foram ponderadas as duas hipóteses possíveis no que respeitava à obra já em curso. A saber: não dar continuidade à obra, ou dar-lhe continuidade concluindo-a.
    E explicou porque a Câmara resolveu acabar a obra. “O financiamento comunitário teria de ser devolvido à União Europeia. A importância da devolução somada à importância que na obra já tinha sido gasta, era duma grandeza tal, que inviabilizava completamente a opção de não dar seguimento à obra.
    Isto, é informação.

    Boa noite.

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